A expectativa é que o mercado fature US$ 110 bilhões em 2025 e gere 6,5 milhões de postos de trabalho até 2030
Por Priscila Colaço*
Há alguns anos a arquitetura sustentável deixou de ser uma tendência para virar uma realidade incorporada ao mercado e à sociedade brasileira.
Prova disso é que o Brasil é o quarto país do mundo com maior número de processos de certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), reconhecimento concedido pela ONG Green Building Council.
Para receber o selo é necessário que as construções causem o mínimo impacto possível ao local onde serão erguidas e priorizem: a criação de paisagismo com vegetação nativa; o uso de matéria-prima local; a reciclagem de restos de construções; a instalação de fontes de energia renováveis e sistemas hidráulicos voltados à economia de água; instalação de telhados verdes e jardins verticais; reutilização da água da chuva, entre vários outros itens.
Por todas essas exigências, não é à toa que os benefícios ecológicos recebem os holofotes quando a sustentabilidade na arquitetura está em pauta.
Contudo, é curioso notar que, mesmo após tanto tempo, a maioria das pessoas associa a arquitetura verde somente ao cuidado com o meio ambiente, quando na verdade estamos falando de algo muito mais amplo, que envolve bem-estar social, trabalho, saúde e, claro, negócios. Muitos negócios.
Um negócio de US$ 110 bilhões
Segundo o portal Research & Markets, o mercado global de edifícios verdes não residenciais deve crescer de US$ 69 bilhões em 2020 para US$ 79,47 bilhões em 2021, e a expectativa é que o mercado deverá atingir US$ 110 bilhões em 2025.
Esses números são mais do que estimulantes, porém há mais. Até 2030, a previsão é que a construção de prédios sustentáveis gere mais de 6,5 milhões de postos de trabalho no mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
As vantagens não param por aí. Edificações sustentáveis têm maior valor no mercado imobiliário. Muitas pesquisas já mostram que o imóvel que tem um certificado LEED tem valorização instantânea de 10% e é vendido mais rapidamente.
Para quem compra ou aluga, além de colaborar com as práticas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance ou Governança Ambiental, Social e Corporativa) a redução de custos operacionais é um grande atrativo. Com fontes de energia limpa e reciclagem de água o custo com energia e água, por exemplo, caem drasticamente.
Películas para Vidro
Só para se ter uma ideia, nós temos clientes para quem a simples instalação de películas para vidro (uma solução muito utilizada em revitalizações de fachadas na arquitetura sustentável) para reduzir o calor e o ofuscamento no ambiente proporcionou uma economia de até 35% por mês na conta de energia.
Além disso, as películas auxiliam na manutenção do conforto ambiental, sendo um parceiro decisivo na saúde e na produtividade dos colaboradores, já que o desconforto no trabalho, principalmente no que envolve questões térmicas e de luminosidade, é uma das principais causas do surgimento de doenças ou da baixa produtividade entre os funcionários.
As películas para vidro são um exemplo de que mesmo os prédios mais antigos podem ser convertidos em empreendimentos mais sustentáveis, com a adoção de outras medidas como a instalação de sensores de água e luz, reuso da água, estações de reciclagem, substituição de produtos sintéticos por similares orgânicos, entre outros.
Como disse no início, a arquitetura sustentável não é mais uma tendência, é uma realidade. E não precisará de muito tempo para que ela deixe de se chamar “arquitetura sustentável” para se tornar apenas “arquitetura”.
*Priscila Colaço é diretora da Hubex, distribuidora oficial no Brasil de películas para vidro da 3M para projetos arquitetônicos
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
Fonte: Revista Exame
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